Sobre verdades e flores


Palavras, textos, monografias, explicando a razão de não sermos intelectuais. Mas alguém já se perguntou os motivos que levaram os intelectuais a se-lo? Creio que poucos pensaram a respeito, acreditando que o problema é sempre nosso e que devemos concentrar nas nossas falhas e ausências. Mas o que aconteceria se, ao invés de focarmos tão somente nos erros, optássemos à análise dos acertos? Se o caminho trilhado pelos intelectuais passasse a ser objeto de estudo?


Primeiramente gostaria de esclarecer e desmistificar a visão tida por nós do intelectual. Não há grandes diferenças entre nós.

Nós nascemos na Terra, e adivinha? Eles também.

Nós só vivemos e morremos porque respiramos, e adivinha? Eles também.

Todas as nossas ações são em benefício próprio, e adivinha? AS DELES TAMBÉM.

Ou você acha que eles pensam nos problemas e soluções da sociedade só para nos agradar e deixar o mundo mais colorido? A resposta é não.

Não quero ser radical, é claro que existe uma preocupação com o bem-estar social e também há a busca por uma harmonia. Mas todo homem busca um meio de ascensão, e nada melhor que unir o útil ao agradável.


Logo o intelectual é como nós, mas com algo a mais: conhecimento. Esse é o diferencial entre os que acertam e os que erram, ou melhor, entre os que tomam a melhor decisão e os que deixam de tomar. O que nos falta é conhecer, é saber. Depois de alcançarmos isso não posso dizer que tudo serão flores, mas definitivamente deixarão de ser apenas espinhos. Então não seja pétala: apenas com uma beleza superficial e efêmera. Seja inteiro flor: desde a raiz à gota de orvalho. Tenha suas pétalas; seus inúmeros espinhos; mas não esqueça da terra que te nutre, da Terra que a todos faz viver. Cuide-nos, e aprenda a cuidar de você.



Por um intelectual sincero.

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Pesquisa de opinião


Em busca de conhecer e entender o que pessoas de diferentes visões pensam sobre o que define um intelectual, fiz algumas entrevistas rápidas. Pedi para que definissem três termos, de acordo com a forma que os entendiam, em uma ou poucas palavras.
Depois perguntei: "Você se considera intelectual?"

1) Jéssica Ranny Moura Camargo
18 anos / 1º semestre - Letras Português - UnB
Intelectual: busca conhecimento
Inteligente: tem habilidade inata
Nerd: personagem social
Resposta: SIM

2) Tasso Gouveia Tannus
19 anos / 2º semestre - Direito - UCB
Intelectual: estudos
Inteligente: oportunidades
Nerd: inexperiente
Resposta: NÃO

3) Marcus Vinícius Ferreira Morato
17 anos/ 3º ano do Ensino Médio - CECB
Intelectual: quem conhece muito
Inteligente: quem conhece e sabe aplicar o conhecimento
Nerd: estuda muito e conhece pouco
Resposta: SIM

4) Érika Lays Serra Moreira
19 anos / 1º semestre - Farmácia - UnB
Intelectual: chato em lugares chatos, questionador e reclamão
Inteligente: sozinho em uma sociedade burra
Nerd: sem vida, em computador e afins
Resposta: NÃO

5) Luiz Alfredo Abreu Lima
22 anos / 6º semestre - Ciências da Computação - UCB
Intelectual: estudar
Inteligente: intelectual
Nerd: idiota
Resposta: NÃO

6) Gabrielle Santelli Vitório
18 anos / 2º semestre - Comunicação Social. Jornalismo - UCB
Intelectual: que se dedica
Inteligente: aprende sozinho
Nerd: estuda sem ser o suficiente
Resposta: SIM

Por Lucas Alves

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Entrevista com Weliton, Gerente de Projetos de TI

A pergunta é:

VOCÊ SE CONSIDERA UM INDIVÍDUO INTELECTUAL?

Diante desse questionamento, vemos a dificuldade e a tensão das pessoas em respondê-lo. Certamente, há um peso muito grande em assumir-se como uma pessoa intelectual.
Sobrecarrega um pouco menos colocar-se numa posição inferior. Realmente, há de se reconhecer claramente uma pessoa intelectual. O comportamento, as palavras e as atitudes já demonstram tal característica. Vejamos uma entrevista a respeito desse assunto:

Nome: Weliton Borges de Eça
Idade: 21 anos
Profissão: Gerente de Projetos de TI

Em sua opinião, o que é ser um intelectual?

Segundo o dicionário, uma pessoa intelectual é alguém que têm domínio da sua inteligência que, por sua vez, significa o conjunto de todas as faculdades intelectuais (memória, imaginação, juízo, raciocínio, abstração e concepção). Esta definição do dicionário está em harmonia com minha opinião. Ser um intelectual é fazer uso de seu conhecimento (memória) para raciocinar e estabelecer um juízo (não punitivo) da sua realidade. Um verdadeiro intelectual é quem consegue fazer uma leitura produtiva de sua realidade. Esta leitura, para ser produtiva, necessita de um bom conhecimento (no sentido de intelectualidade mais popular) e do domínio do mesmo de forma racional. Acredito que ser um intelectual não é apenas ter um senso crítico, mas conseguir enxergar problemas e suas fontes e propor soluções praticáveis, ou seja, ter um senso crítico e de responsabilidade com a sociedade em que está inserido.

Você se considera um intelectual?

Me considero em processo de "intelectualização". Quem sabe dentro de uns 10 ou 15 anos eu conseguirei ser o que hoje considero como uma pessoa intelectual.

Dê exemplos de pessoas que você avalia como intelectuais.

Na sociedade brasileira, acredito que temos poucos intelectuais de reconhecimento popular. Porém, não posso deixar de citar pessoas como Paulo Freire, um dos mais influentes pedagogos do mundo, e Dr. Rusell Shedd, teólogo de grande reconhecimento. No âmbito internacional, posso citar Al Gore, ex-candidato à presidência dos EUA, concorrendo com Bush. Hoje é um grande militante da causa ecológica. Viaja o mundo passando um documentário sobre a má utilização dos recursos naturais do planeta. Também cito Jürgen Moltmann, teólogo alemão, fundador da teologia da esperança pregada no fim da 2ª guerra mundial.

Por Phamella Cunha

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A morte do intelectual jovem

Nossa juventude vem sendo tomada de grandes mudanças modernas. Mp3, Mp4, notebooks, celulares com internet e todo tipo de aparato digital que facilite a vida ou que faça dela uma bagunça ainda maior.



As crianças amadurecem mais rapidamente e os interesses são outros, mas como fica a personalidade culta, inteligente e inconformista nisso tudo? Resumindo, onde estão os intelectuais jovens do século XXI?

A definição de intelectual é aquele do domínio da inteligência. Sabemos que todos são inteligentes, mas não é só isso que faz de alguém um ser intelectual. A vontade de leitura, pesquisa, aprofundamento e inconformismo em situação de injustiça chegam ainda mais perto da nossa procurada definição. Sendo assim, pode se dizer que os jovens tem se posicionado como intelectuais?


Não é certo que revoltas e movimentos revolucionários, como passeatas públicas com os rostos pintados irão funcionar como antes, porém o conformismo juvenil quanto a decisões políticas de longo prazo ou outras situações do país e do mundo, algumas vezes caóticas, tem produzido um pensamento de incerteza quanto ao futuro. Não se sabe se os jovens estarão prontos para lutarem pelos seus direitos, diplomaticamente, quando necessário.

O conformismo e marasmo vem sendo alimentado pela comodidade da tecnologia ao alcance e pela falta de interesse e fome de descobertas. Muitas pessoas já não se dispõe a procurar em livros suas pesquisas ou simplesmente se jogar em campo e tirar conclusões por si só, mas sentam em frente ao computador que já lhe traz tudo pronto.


Tal tecnologia devia ser mais uma arma em favor da mudança, e não um empecilho. Com tamanha disponibilidade, o alcance de propostas revolucionárias e de movimentos sociais deveria ser exorbitante, entretanto o que mata esse sonho é a pseudo-necessidade de continuar vivendo em meio as regalias oferecidas.

A verdade é que não adianta apenas reclamar e mostrar os erros. A mudança deve vir de uma decisão pessoal de transformação. Ser um intelectual aumenta as chances de transformar pensamentos, não o ser, tristemente as diminui. Uma coisa é certa, a globalização foi pensada e desejada por muitos pensadores capitalistas, todavia agora é o que vem matando-os.


No final das contas, ser um intelectual no século XXI não é ler tantos livros e saber muito, é na verdade abrir os olhos para a verdade e dizer não à alienação imposta, mesmo que isso seja mais confortável.

Por Mariana Santiago

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A imagem diz tudo

Por Laísa Caldas

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Pseudo-intelectuais

Ser intelectual é se auto-instituir como tal, isto é, dar-se uma missão, uma missão de cultura, uma missão contra o erro (do passado e do presente,), uma missão de consciência pela humanidade.
(Meus Demônios, 1997 Edgar Morin)


É fácil ter opinião, difícil é ter argumentos para defendê-la. É muito fácil ser um pseudo-intelectual.O lance é saber como agir, e agir.

O primeiro passo é ler ao menos as manchetes do jornal. E assistir ao Jornal Nacional e ao Fantástico. Tudo passa por lá. Também é bom dar uma olhada na Veja e, lógico, falar que é a pior revista do Brasil,
apesar de não saber o motivo. Agora que você já sabe o que se passa pelo mundo, vamos ao segundo passo.

O segundo passo é comprar livros. Muitos livros. E colocá-los em um lugar a vista dos visitantes. Mas não pode ser juvenil. Tem que ter um pouco de bom senso. Compre livros grandes, daqueles de no mínimo 700 páginas, de capa dura, para ocupar mais espaço na sua biblioteca particular. Quando já estiver com essa “bíblia” de três polegadas em mãos a deixa à mostra. As pessoas adoram ver livros, já ler é outra coisa. Ah! E por favor, saiba ao menos o conteúdo do livro. E faça alguma
crítica sobre ele, do tipo “achei o autor muito prolixo.” Acredite, vai ter gente que nem saberá o que significa prolixo e quem souber preferirá não perguntar.

Depois é preciso conhecer alguns temas e autores, pro caso de ir alguém que entenda do assunto na sua casa. Para ser intelectual, portanto, não deve se cometer a gafe de expor livros do Paulo Coelho, por exemplo. Nem comente sobre o Pedro Bial. Uma coisa sempre boa para ter em mãos é Freud, ele explica tudo! O negócio é ter alguns daqueles livros intelectual mesmo, sabe!? Aqueles de história, filosofia e sociologia. Ora, sociologia é muito cult, tem que ter. Para isso completa-se com os autores. Weber é básico. Não vale Platão, já é muito batido. Opte sempre por algo não muito conhecido (em qualquer aspecto, afinal você é um intelectual, não se impressiona com o trivial), assim dará a entender que você entende do assunto e busca fontes alternativas.

Quando já estiver com esses detalhes todos organizados, fique tranqüilo. Você já será quase um intelectual. E o melhor, sem precisar ler uma linha. Mas para seguir no rumo em busca da opinião pública e estrelato, uma coisa é fundamental. Jantares! Muitos jantares, com convidados do mesmo naipe que você, buscando ser cult. Tudo regado a muito vinho (vinho também é um ótimo tema de conversas, intelectual tem que entender) e a temas filosóficos, buscando explicações sociológicas para o coito dos coelhos da Malásia. Não tem erro essa, ninguém sabe nada dos coelhos malásios.

Música também é muito importante. Intelectual tem que gostar de música. Não é música clássica. Isso agora é brega! O segredo mesmo é Jazz, Blues e Bossa Nova. Como já disse anteriormente, nada de artistas consagrados, procure sempre aqueles não muito conhecidos: uns caras do sul da Inglaterra ou um Ianque desconhecido, do leste da Califórnia. Super funciona. Essa mistura, seguida de um óculos de grau, com aro grosso e escuro é certeira. Não há mais necessidade daquelas roupas bregas, isso é coisa de filme. Você pode ser despojado, com um toque clássico de elegância. Abuse das cores sujas: beje, nude, rosa, verde musgo, caqui, marrom...e preto, claro!

Já ia me esquecendo das artes. É essencial ter umas esculturas ou obras plásticas de artistas desconhecidos da América Latina.

Agora você já pode criticar tudo e todos, ser do contra e fazer cara blasé. Mas falando sempre com muita convicção, sem atacar nenhum dos lados – vai que tem alguém afim de argumentar. Lembre-se sempre de falar sobre livros em suas conversas, filmes antigos também são um acerto. Depois que tudo isso estiver pronto, basta agora lançar um livro, se candidatar a deputado, e ajudar uma ONG.

Por Juliana Freitas

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Acomodados

A nossa geração tem um grande problema: somos, na maioria, acomodados. Não presenciamos as guerras, a ditadura, as diretas já. Não vivemos grandes revoluções. Crescemos sem uma ideologia, sem uma causa. Tudo estava pronto. O que não significa que não haja nada para mudar, mas ficamos apáticos.

Perdemos o poder de crítica. Somos constantemente bombardeados por noticias de violência, miséria, corrupção, injustiça e não nos revoltamos. Achamos normal. Ou então nossa revolta é momentânea. Perdemos a voz, não nos achamos capazes de mudar a nossa realidade. É mais fácil deixar como está.

As instituições de educação mecanizam o nosso pensar. Não há debates. Só exposições. Só recebemos informações e as digerimos. Não produzimos conhecimento. Estamos constantemente preocupados em fazer uma carreira. Estudar para passar no vestibular, na universidade tirar boas notas para conseguir uma bolsa de mestrado, depois trabalhar para ter dinheiro, constituir família e só. Não pensamos em algo além. Não pensamos em deixar algo moral e intelectual para as próximas gerações.

Temos que trabalhar o nosso pensar. Temos que nos preocupar em entender a nossa realidade e a do próximo. Abrir os olhos e parar para compreender o que está acontecendo. Temos que dar um sentido em nossas vidas. Fazer algo para mudar, acreditar que podemos fazer diferente. Estão faltando intelectuais na nossa geração, para mudar a nossa consciência. E sim, nós podemos ser um intelectual. Basta termos o cuidado e a percepção para refletirmos.

Por Raíssa

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O programa do intelectual brasiliense


Ler, escrever, relacionar, filosofar e se mover. Ser intelectual pode parecer, para os demais meros mortais, um tanto cansativo e complicado. Mas será que o papel de intelectual é representado 24 horas por dia? Existe algo mais do que buscar as explicações para tudo e respostas para todas as perguntas? Definitivamente, sim.

Ser uma pessoa intelectual, acredito eu - apenas uma observadora e admiradora deste específico grupo - é saber, também, como lidar com o meio em que vivemos e com o preconceito que atribuído pelos demais grupos sociais. Nas universidades, os intelectuais são vistos como “criadores de bagunça” e pessoas “metidas” a revoltadas.

Aqui em Brasília não é muito diferente. Mas como que esse grupo de comporta em momentos de lazer? Para onde eles vão? De acordo com o público jovem (não intelectual) eles marcam presença em programas cult. Ou seja, vêem filmes desconhecidos, de várias nacionalidades, lêem livros de conteúdos vastos e abusam de um vocabulário invejado por todos os outros. No Distrito Federal, os locais mais frequentados são o Cinema da Academia de Tênis - por exibir documentários, filmes e curtas-metragens que não passam nas demais salas de cinema da cidade - em livrarias de grande porte, como a Livraria Cultura, FNAC e outras que possuem o conforto necessário para ler um bom livro e lugares de encontro específico, como casas de amigos.

Apesar de ser composto por pessoas mais fechadas, o grupo dos intelectuais se diverte, sim. Cabe a todos nós respeitar o estilo de vida de cada um e se permitir conhecer outras pessoas que sejam diferentes. Cada um tem sua própria maneira de viver e de curtir, intelectual ou não.



Luiza Reinehr Tabet.

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Entre óculos e intelecto

Seguir em frente exige uma maneira especial de lidar com obstáculos e defesas de pontos de vista, este é o papel do intelectual. Na verdade, esse termo não identifica algo novo, contemporâneo, pelo contrário, se seguida essa linha de pensamento, esse personagem será encontrado em todas as eras e situações.

Partindo do que é mostrado e pouco contestado, ser intelectual apareceria como ser inteligente, culto. Não obrigatoriamente. Aquele homem de gel no cabelo e óculos, com vocabulário apurado, pode ser uma capa e não um exemplo do caso aqui discutido.


Em qualquer local ou época, de grupos bem diferentes e não necessariamente com membros engajados em grupos de debate, pode sair (e sai) pessoas simplesmente prontas para uma discussão, com segurança para trilhar seus próximos passos.


Aí está a função ou prática do intelectual hoje e sempre: ter um conhecimento amplo, mas por experiência de vida e não simplesmente por horas de estudo e obtenção de opiniões alheias.


Em vários momentos o ser humano é pego em situação de escolha, de dúvida, de crise e combate. O intelectual é aquele que sabe agir ou planejar uma saída. E não é fácil reconhecer-se como tal.


Na universidade o espaço se abre para a atuação do intelectual. Ele, assim, pelo menos em tese, tem o espaço aberto para aprendizado, conteúdo, não apenas de disciplinas, muito mais de vivência e entendimento sobre o outro, sobre outras pessoas que são ou tentam ser como ele, artistas com suas falsidades ideológicas.


Essa é a questão. Seja onde for, esse herói se encaixa, da sua maneira, formando suas opiniões e tramando meios para seu conforto e adaptação.

Por Lucas Alves

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