A morte do intelectual jovem

Nossa juventude vem sendo tomada de grandes mudanças modernas. Mp3, Mp4, notebooks, celulares com internet e todo tipo de aparato digital que facilite a vida ou que faça dela uma bagunça ainda maior.



As crianças amadurecem mais rapidamente e os interesses são outros, mas como fica a personalidade culta, inteligente e inconformista nisso tudo? Resumindo, onde estão os intelectuais jovens do século XXI?

A definição de intelectual é aquele do domínio da inteligência. Sabemos que todos são inteligentes, mas não é só isso que faz de alguém um ser intelectual. A vontade de leitura, pesquisa, aprofundamento e inconformismo em situação de injustiça chegam ainda mais perto da nossa procurada definição. Sendo assim, pode se dizer que os jovens tem se posicionado como intelectuais?


Não é certo que revoltas e movimentos revolucionários, como passeatas públicas com os rostos pintados irão funcionar como antes, porém o conformismo juvenil quanto a decisões políticas de longo prazo ou outras situações do país e do mundo, algumas vezes caóticas, tem produzido um pensamento de incerteza quanto ao futuro. Não se sabe se os jovens estarão prontos para lutarem pelos seus direitos, diplomaticamente, quando necessário.

O conformismo e marasmo vem sendo alimentado pela comodidade da tecnologia ao alcance e pela falta de interesse e fome de descobertas. Muitas pessoas já não se dispõe a procurar em livros suas pesquisas ou simplesmente se jogar em campo e tirar conclusões por si só, mas sentam em frente ao computador que já lhe traz tudo pronto.


Tal tecnologia devia ser mais uma arma em favor da mudança, e não um empecilho. Com tamanha disponibilidade, o alcance de propostas revolucionárias e de movimentos sociais deveria ser exorbitante, entretanto o que mata esse sonho é a pseudo-necessidade de continuar vivendo em meio as regalias oferecidas.

A verdade é que não adianta apenas reclamar e mostrar os erros. A mudança deve vir de uma decisão pessoal de transformação. Ser um intelectual aumenta as chances de transformar pensamentos, não o ser, tristemente as diminui. Uma coisa é certa, a globalização foi pensada e desejada por muitos pensadores capitalistas, todavia agora é o que vem matando-os.


No final das contas, ser um intelectual no século XXI não é ler tantos livros e saber muito, é na verdade abrir os olhos para a verdade e dizer não à alienação imposta, mesmo que isso seja mais confortável.

Por Mariana Santiago

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